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27.12.2020 | Publicador por: Administrador | Mercado Feira Qualificada | Coomafitt na Correio do Povo Rural

Ferramenta criada para a agricultura familiar durante a pandemia será incrementada com recursos do Ministério da Agricultura

Agricultor José André Capra e agricultora Iveliza Toledo, associados na Cooperativa Coomafitt, moram na comunidade de Perpétuo Socorro, município de Terra de Areia/RS. Produzem pitayas orgânicas, milhos verdes orgânicos, batata doces orgânicas, entre outros.


Por Nereida Vergara*

          A Emater/RS-Ascar aguarda a liberação de verba de R$ 300 mil, de convênio do Ministério da Agricultura com a Secretaria da Agricultura, para investimento na Feira Virtual da Agricultura Familiar (Fevaf) em 2021. A plataforma, criada em março deste ano para aproximar produtores e consumidores durante a pandemia da Covid-19, deve receber melhorias e se consolidar como uma ferramenta permanente para facilitar a comercialização de produtos in natura e processados da agricultura familiar gaúcha.

          Na página www.emater.tche.br/site/fevaf/, o consumidor pode pesquisar a oferta existente em cada município tanto pela relação dos produtos quanto pela dos participantes e ter acesso ao telefone de quem escolher. A negociação, no entanto, não é feita na própria plataforma, mas pelo meio que as partes escolherem, como e-mail, telefone ou WhatsApp, depois do contato inicial.

          Luana Machado, gerente técnica adjunta da Fevaf, diz que a qualificação do mecanismo virtual ainda está sendo estudada pela área técnica da Emater, mas antecipa algumas das mudanças que poderão ser acrescentadas à plataforma. “É bom lembrar que a Fevaf não é um e-commerce, ou seja, não foi concebida para computar vendas”, ressalva. “Mas vamos acrescentar possibilidades como imagens dos produtos que cada agricultor oferece e um sistema de rota para que o consumidor saiba onde encontrar o que procura.”

          A gerente afirma ainda que, desde sua criação, a plataforma vem aumentando o número de produtores inscritos e conta hoje com 917. Ao mesmo tempo, registra acessos consistentes, que totalizaram 90 mil entre março e dezembro. Para mapear as necessidades de alteração, a Emater fez uma pesquisa entre os produtores inscritos. “Claro que a ferramenta apresentou limitações, mas há como torná-la mais ágil”, acrescenta Luana.

          Os participantes atuais estão em todas as regiões do Estado, distribuídos em 265 dos 497 municípios gaúchos. Santa Maria tem 26 empreendimentos cadastrados, Bento Gonçalves tem 19, Rolante e Santo Antônio da Patrulha têm 16 cada, Gramado e Três Palmeiras têm 15 cada. A grande maioria dos municípios tem de um a cinco participantes no programa.

          Proprietário de agroindústria no ramo de massas e biscoitos em Bento Gonçalves, Roberto Parisotto reconhece na iniciativa da Emater um grande esforço para ajudar o segmento depois do cancelamento de dezenas de feiras de agricultura familiar em todo o Estado. Parisotto garante que suas vendas melhoraram após a criação da Fevaf e que mais consumidores surgiram para conhecer os produtos processados pela família.

          No Litoral Norte, os 273 associados (de 160 famílias) à Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt) passaram por períodos de muita preocupação quando as vendas ficaram escassas, no início da pandemia, em março, e agora esperam ver a instituição contabilizar ingressos próximos aos R$ 4,5 milhões de 2019. A internet foi decisiva para manter a renda dos produtores e por fazê-los sonhar com mais mercados quando a pandemia passar.

          O cooperado Allan Fernandes, que também é coordenador de comunicação da Coomafitt, conta que a pandemia impôs diversas mudanças à organização. Antes, a receita da cooperativa resultava sobretudo das aquisições públicas para abastecimento de escolas, quartéis e entidades de assistência social. Como muitos desses compradores suspenderam atividades, os cooperados passaram à telentrega e contaram, para isso, com a divulgação da Fevaf e o canal de vendas existente na página Armazém AgriFam na internet.

          Até março, a partir dos pedidos, a cooperativa encomendava os produtos aos associados para empacotá-los em sua central de distribuição. Hoje, na maioria das operações, é o cooperado que acondiciona as frutas, hortaliças e itens minimamente processados que encaminhará ao consumidor. “Recebemos os pedidos ate às 12h de terça-feira e entregamos na quinta-feira”, destaca Fernandes, lembrando que os produtos da Coomafitt são enviados a dez municípios do Litoral Norte e a Porto Alegre (neste caso por convênio com a cooperativa de consumo GiraSol).

          Passado o momento de montagem daquilo que Fernandes chama de “estratégia rápida” de migração para a internet, a Coomafitt até ampliou seu mix de produtos, incluindo, por exemplo, mamões e brócolis orgânicos. As compras públicas começaram a voltar e a perspectiva é que tenha mais mercados, incluindo o do consumidor individual, quando a pandemia se tornar passado.

*Com colaboração de Elder Ogliari

Texto produzido pelo Jornal Correio do Povo